As pessoas geralmente se preocupam com o ar que respiram na rua, em meio a poluição dos carros e das indústrias. No entanto, são nos ambientes internos climatizados onde se apresentam os maiores perigos para a saúde.
Hoje, passamos a maior parte de nosso tempo (cerca de 92%) em locais fechados, onde o mesmo ar circula e recircula ao longo deste período, passando pelas tubulações de um ar-condicionado e sendo dividido entre muitas pessoas. A aglomeração destas pessoas, somada ao tempo que passam em um mesmo ambiente, facilita a transmissão de microrganismos dispersos no ar (fungos, bactérias e ácaros). O fenômeno atingiu tal dimensão, que a OMS (Organização Mundial de Saúde) o catalogou sob o nome de “Síndrome do Edifício Doente”.
Um ambiente com ar climatizado é considerado doente quando 20% dos ocupantes de um prédio apresentam sintomas parecidos de: tosse, reações alérgicas e irritantes (espirro, coceira no nariz, coriza, obstrução nasal) ou infecções.
Resolução RE 09 - Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária determinou, na Resolução número nove (RE 09), a aplicação do exame de “Qualidade do Ar Interior“ em ambientes climatizados artificialmente e que são utilizados de forma coletiva. Neste exame são estipulados Valores Máximos Recomendados (VMR) de contaminação química e biológica do ar, estabelecendo parâmetros físicos de qualidade com o objetivo de gerar um maior conforto e menores danos à saúde dos indivíduos que dividem o mesmo ambiente diariamente.
A Anvisa determinou também que este exame seja realizado semestralmente e em horários de pico de utilização do ambiente.
Pesquisa de Legionella
Objetivo: Determinar a pesquisa de legionella em amostras de água nos sistemas de ar condicionado.
Bactérias do gênero Legionella são reconhecidas como importante agente causador da doença do trato respiratório, conhecida como doença do Legionário, a qual se caracteriza por pneumonia aguda. Este é resultado do crescimento de Legionella em torres de resfriamento e sistemas de ar condicionado. A bactéria é capaz de sobreviver em pequenas gotas de água suficiente para chegar no interior do pulmão.
O que o exame informa?
Contaminação microbiológica: São recolhidas amostras de ar do ambiente interno e externo e, após esta etapa, é realizada a contagem dos fungos, que servirá de parâmetro.
Valor máximo recomendado: 750 UFC/m³
Relação I/E (ar interno / ar externo): 1,5 (máximo).
Determinação de aerodispersóides totais (particulados / poeira): Indica o grau de pureza do ar e de limpeza do ambiente. Este marcador evidencia deficiências de filtragem e acúmulo de sujeira em dutos e interiores.
Valor máximo recomendado: 80µg/m3.
Contaminação química: É medida a quantidade de CO2 no ar interno e comparada à quantidade encontrada no ar externo. O CO2 é um indicador de renovação do ar interno recomendado para conforto e bem-estar. Ele é gerado, dentre outros meios, através da respiração das pessoas.
Valor máximo recomendado: 1000 ppm de CO2.
Parâmetros físicos: Envolvem temperatura, umidade e velocidade do ar. São marcadores de saúde e conforto ambiental.
Temperatura: - faixa recomendada no verão: 23˚C a 26˚C
- faixa recomendada no inverno: 20˚C a 22˚C
Velocidade do ar: Valor máximo recomendado - 0,25 m/s
Umidade Relativa: - faixa recomendada no verão: 40% a 65%
- faixa recomendada no inverno: 35% a 65%
Mais informações
- Leia a Resolução - RE nº 09 - Anvisa (arquivo em PDF)
- O que diz o Plano de Manutenção, Operação e Controle de Climatização - PMOC - Lei nº 13.589
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